Dias desses fui barrada no hemocentro. Até me lembo o dia certinho que foi, 17/06/2008.
Lá fui eu numa terça-feira de manhã, na maior boa vontade possível de fazer uma boa ação, e de repente vai tudo por água abaixo.
Só doei sangue uma vez na vida, esta seria a segunda se tudo tivesse dado certo.
Assim que cheguei fiz todos os procedimentos de praxe e passei pela pré triagem, que consiste em pesar e no exame de anemia, aquele de furar a ponta do dedo.
Pois bem, comi o lanchinho que eles servem (suco e biscoito) e fiquei aguardando a minha vez de ser chamada ao consultório médico.
A funcionária do consultório médico que me atendeu era uma freirinha (sim, bem pequenininha mesmo, magrinha, miúda) que estava voltando de longas férias de 30 dias naquele mesmo dia.
Pegou meus exames, comparou com os da outra vez que havia ido lá (fevereiro de 2006), checou meu exame de anemia feito na pré triagem, perguntou se eu havia feito alguma dieta, em qto tempo eu perdi peso e me disse que achava que eu não poderia fazer a doação.
Nesse momento, entrou na sala uma outra mulher, totalmente sem educação e o oposto da freirinha em questão, robusta, pra não dizer grandona mesmo, alta e gorda.
Naquele dia estava havendo problema no sistema interno do hemocentro e a mulher mal educada entrou esbaforida no consultório para averiguar o que estava acontecendo.
Sem nem me dar bom dia, foi logo conversando com a doce, meiga (lerda mesmo) freirinha sobre o problema, qdo esta a interrompeu para expor minha situação.
O fato era que eu havia perdido muito peso em muito pouco tempo, estava com a taxa de hematócritos baixa e poderia passar mal na sala de coleta.
Foi então que a gorda e grossa me olhou pela primeira vez. E como me olhou!! Me olhou de cima abaixo com ar de desdém e disse: "é, não vai poder mesmo não" e saiu da sala.
Continuei meu papo com a freirinha e expliquei que perdi peso sim, mas que estava me alimentando bem, que foi por conta da academia que havia perdido peso, que meus hematócritos não estavam tão baixo assim (deu 39 e o mínimo é 38), blá blá blá.
No fim das contas, para não desacatar a autoridade da roliça, ela me disse que meu sangue era muito importante pra eles, mas que eu realmente não poderia doar.
Conversando com outro médico sobre os tais hematócritos, ele me disse que a minha taxa deu perfeitamente normal e que, dificilmente alguém consegue manter essa taxa muito acima disso.
Enfim, com tanta campanha que a gente vê por aí, acho que o hemocentro não anda podendo fazer pouco caso do sangue de pessoas normais, saudáveis, que apresentam taxas dentro dos limites desejados e, acima de tudo, boa vontade e disposição de ir logo cedo doar sangue voluntariamente, simplesmente porque a roliça, gorda, balofa, enorme da sei lá o que me olhou com cara de inveja porque eu consegui perder peso e ela não.
Como eu sei que meu sangue não é pra ela, qquer dia volto lá pra ajudar quem realmente merece.
A gratidão é a virtude da posteridade.
Tobias Barreto
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